FERREIRA DE CASTRO
Vou começar a narrar
a primeira experiência no blog, iniciando com uma personagem e escritor famoso, e que também me marcou pelas
particulariedades excepcionais com que foi rodeada.
Uma senhora do
Algarve, telefonou dizendo que estava a escrever uma biografia (ou a fazer uma
tese ) sobre Ferreira de Castro, e que tirando os livros que se conhecem,
especialmente sendo o mais famoso “A Selva” onde o autor descreve e narra suas
aventuras na selva amazónica do Brasil, nada se sabia da sua vida particular.
Aceitei o repto de
chamar de volta o espírito do escritor para ver o que nos dizia. E que
novidades poderia trazer a luz do dia sobre sua vida particular.
Entretanto essa
cliente informou que iria chegar mais tarde e que não tinha lugar onde ficar,
pois só no outro dia poderia apanhar o comboio para Faro, aqui no Pragal.
Se ela não se importasse de dormir no sofá da
sala, eu teria muito gosto que ficasse na minha casa, assim estaríamos mais a
vontade sem problemas de horas .Acertado preço, que como sempre seriam 80 euros
no caso da sessão ter sucesso, começamos preparativos que nem sequer são muitos
apenas tenho de fazer alguns exercícios de proteção, para mim para a casa e para o cliente.
O escritor apareceu
logo, bem disposto e a falar sobre muitos pormenores que ninguém conhecia, como
o patrão dele ter vindo a Europa e comprado um carro vermelho , que fazia um
grande contraste com a cor dourada dos parachoques, mostrou a mulher do patrão com um calor enorme e de
casaco de peles, falou sobre uma índia que ele gostava e a quem deu um colar
com uma pedra, e foi respondendo a algumas perguntas que a minha cliente fazia.
O mais importante,
quanto a mim, é que ele afirmou que devia tudo a uma tia de Olivieira de
Azimeis, que sempre o incentivou a
escrever, mas que nunca deixou que ele lhe dedicasse um livro. Disse mais, que podíamos
confirmar o nome dela, estava enterrada no cemitério do Alto de S. João e
deu-nos o nome de solteira e de casada, pois não sabia em que nome a sepultura
estaria.
Essa tia não era
conhecida, e penso que a validação que ele nos deu é uma das provas mais
concretas de que tudo foi real e
verdadeiro.
O que não foi
agradável, é que essa senhora depois de ter os dados que precisava, de ter
dormido no meu sofá, disse-me que faria a transferência do dinheiro referente
ao meu trabalho e após tantos anos ainda não o fez.
Nada mais soube dela,
nunca respondeu aos meus emails ou telefonemas só espero que a vida lhe ensine
que ser vigarista não compensa.
28-03-2016